Contextualizando: o PÚBLICO pediu a Vasco Pulido Valente para escrever uma recensão crítica ao «Rio das Flores», o novo romance de Miguel Sousa Tavares. O resultado pode ser lido AQUI (mas evitem agora dispersar-se desta minha genial crítica à crítica do Pulido Valente. Leiam mais tarde, por favor. Obrigado).
Escusado será dizer que o marido da Constança Cunha e Sá (assim só se estraga uma casa...) não gostou do livro. Ou melhor: mais do que não ter gostado do livro, o Vasquinho passa um atestado de incompetência ao Miguel, acusando-o de ser «superficial», «ignorante», «pobre» e «invulgar». Para evitar confusões de maior, o 'El Vasco' faz questão de frisar: "discuti neste artigo um livro e um autor, não estou disposto a discutir a pessoa de Sousa Tavares." Uff!!! Ainda bem, caro marido da Constança Cunha e Sá. Se a tua opinião acerca do livro é o que é, nem quero imaginar como seria um artigo de opinião sobre o próprio Miguel Sousa Tavares!...
A análise de Vasco Pulido Valente (marido da Constança Cunha e Sá... não sei se já tinha mencionado tal facto) é de tal forma exaustiva que vai ao ponto de afirmar: "No Rio das Flores há 17 descrições de comida. Dessas 17 só quatro ou cinco (e com muito boa vontade) se justificam." Primeiro: Vasquinho, não é «No Rio das Flores». É «Em "Rio das Flores"». Depois, ficava-te bem colocares uma vírgula a seguir ao título do livro (na escola primária não te ensinaram a separar as orações?). Já agora: mais uma vírgulazinha a seguir a «Dessas» e - garanto-te - a tua frase estaria gramaticalmente espectacular. Com essa idade, talvez não haja muito que fazer. Em todo o caso, camarada Vasco (e atendendo ao programa de alfabetização que o governo criou para a terceira idade), podias terminar a 4.ª classe. Vê lá isso, Vasco.
Vasco Pulido Valente entende, portanto, que só se aproveitam 4 ou 5 dos 17 pratos de comida descritos. Muito provavelmente, o marido da Constança Cunha e Sá não gosta dos restantes. Vai daí e decide censurar tudo o que vai para além do seu bom gosto. Avante. Vamos a mais uma pérola do Vasquito: "Há quem se entretenha com esta espécie de produto [«Rio das Flores»], mas não se trata com certeza de literatura." Pois não, Vasco. Tens razão. Vendo bem, aquilo nem é um livro. É, antes, a secção de anúncios de beleza das Páginas Amarelas, camuflada por uma capa que diz «Rio das Flores».
Literatura, aquilo? Nem pensar! Mais vale perder tempo a ler os rótulos das embalagens de lixívia do que a nova obra de Sousa Tavares. Eu falo por mim: depois de ter lido a crónica do marido da Constança Cunha e Sá, fiz questão de ir buscar o «Rio das Flores» à estante, regando-o com alcóol 100% puro. Enchi um pequeno assador de barro com centenas de páginas do livro a arder vertiginosamente. E grelhei um belo chouriço. Realmente, constatei que não foi por utilizar as folhas do romance que o meu chouriço ficou mais rico - o que comprova claramente a teoria de Pulido Valente, que diz que o «Rio das Flores» é pobre. Eu diria mais: é pobre e não acrescenta sabor à comida. Vou mas é ali buscar a embalagem do Tide Máquina. Ontem, deixei a leitura do rótulo a meio e estou curioso por saber como é que termina aquela junção toda de ingredientes marados e biodegradáveis...
SEDOXIL