A propósito das "Saudades" do meu caro Sedoxil, tenho a dizer o seguinte - e quase, quase fazendo minhas as palavras da Teresa de Sousa no Público de hoje (mas eu nunca faria minhas as palavras dela...):
Vem aí a presidência francesa! É certo que, pelo meio, há outra coisa que se chama Eslovénia, mas não fora o Kosovo e já estaríamos todos era falar dos previsíveis "feitos" do presidente Nicolas Sarkozy no último semestre de 2008. Os temas já são conhecidos: imigração, imigração, imigração! Não fora ele, Sarko, quem apelidou de escumalha os jovens descendentes do Magreb... E, leia-se, imigração ILEGAL. Desenganem-se os que pensavam que se tratava de avançar com o sistema de asilo comum, as regras uniformes para a imigração etc. Não. Do que se vai falar é como tornar mais ágil as barreiras comunitárias aos imigrantes dos continentes mais pobres - Ásia e África, para os distraídos...
A minha dúvida é quem é que vai levar a melhor na História. Se Sócrates, para quem TUDO (ou quase tudo, se não contarmos com o inresoluvel Kosovo, mas isto agora não interessa para nada, porque a presidência portuguesa foi um sucesso!) teve uma dimensão histórica. Os mais atentos perceberam que para o primeiro-ministro português todos os passos concretizados durante o semestre português na Europa tiveram uma dimensão absoluta e inequivocamente épica. Muitos foram os dias em que Sócrates enalteceu, auto-elogiando-se e esquencendo méritos alheios, os grandes "feitos" da presidência portuguesa. É que até a liberalização dos serviços postais - sim, dos correios... - assumiu contornos de facto histórico. Cá para mim, ele sabia bem que metade do que a presidência portuguesa fez e anunciou não passava da gestão corrente das pastas que calham a cada presidência rotativa. Ainda assim, isto era mesmo era uma bela estratégia para escrever, nem que à força, o nome na História da UE, a antencipar um presidente do Conselho Sarkozy que promete ser mais interventivo, mais carismático, mais energico, mais barulhento. Isto, para não falar de que o tipo é presidente de um país que se chama França, e não Portugal. (Atenção, que isto não é uma ode ao Nico...)
Eu cá não sou de intrigas, mas, à semelhança do que fez Barroso ao abandonar o cargo para correr para a Europa, não me admirava que Sócrates estivesse já a piscar o olho de fininho ao cargo de Presidente do Conselho instituído pelo Tratado de Lisboa. Mas já agora, que o faça em melhor estilo... até lhe deve dar tempo para terminar o mandato como primeiro-ministro.
Portanto, caro Sedoxil, não fiques triste. Fecha-se um ciclo, é certo, mas abre-se um outro que fala francês. ehh alors... qu'es-ce qu'on peut faire?! c'est la France qui paye!
Prozac
PS: Continuamos à espera de Xanax e Valdispert