sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

NO RESCALDO DA CERIMÓNIA

Coisas realmente importantes a reter da Assinatura do Tratado de Lisboa

ANIMAÇÃO MUSICAL
Os putos da Academia de Amadores de Música estiveram bem. Foi porreiro, pá. Para amadores, nada mau: tiveram uma actuação digna de profissionais. Espero que a presidência portuguesa tenha arranjado uma justificação para os miúdos entregarem na escola.

OS RABISCOS
A caneta de prata usada por cada chefe de estado e de governo - para assinar o calhamaço de 10 quilos e que tem montes de palavras escritas em vários idiomas - era bem gira. A avaliar pelo design atractivo da coisa, certamente não de tratava de uma BIC. Foi pena Sócrates não ter enviado um exemplar da caneta supra-citada para os reformados que sobrevivem com 100 euros por mês. Sempre dava para vender aquilo na ourivesaria lá na aldeia.

OS BALDAS
O tipo do Reino Unido esteve mal. Gordon Brown preferiu ir ao parlamento britânico responder a umas perguntas de uma comissão qualquer, em vez de vir a Lisboa, a horas certas, para autografar o calhamaço. Resultado: chegou a Museu dos Coches já à hora de almoço (e só depois é que rabiscou o nome no mega livro, bem longe do olhar de todos). A questão essencial é saber se Brown já tinha almoçado antes de chegar a Lisboa (almoçando assim 2 vezes). A resposta deve surgir numa das próximas edições do «24 Horas».

OS MAL EDUCADOS
Sarkozy também esteve mal. Não por ter falado com os jornalistas franceses antes de ser recebido por Sócrates, mas antes porque não se enfrascou. A versão «Sarkozy sóbrio» não chega aos calcanhares da versão «Sarkozy vodka». O presidente francês é a ovelha negra da cerimónia e é a vergonha para qualquer aparelho de detecção de álcool no sangue.

OS GRITOS DA DULCE
A actuação de Dulce Pontes ficou aquém das expectativas. Foi pena ela não ter cantado. Dava para perceber que aqueles gritos eram laivos de dor. Pela entoação dos berros, creio que se tratava de uma dor de dentes. As cortinas que ela levou vestidas eram giras. Só não se percebeu que raio era aquilo que ela tinha na cabeça: seria alguma coisa que restou da cimeira UE-África?

A DISPUTA
Volto a Sarkozy e a Gordon Brown para evidenciar a competição a que ambos de prestaram: Sarkozy arranjou maneira de ser o último a chegar. Brown arranjou maneira de ser o último a assinar...

A CORRIGIR
Numa próxima assinatura de um outro qualquer Tratado, deixo alguns conselhos. A saber:

- aproveitar a dimensão extraordinária do écran gigante para projectar filmes decentes (em vez de se colocar imagens de bandeirinhas estúpidas);
- organizar uma rave party, rentabilizando assim o magnífico cenário dos Jerónimos e o excelente jogo de luz que iluminou a cerimónia;
- servir vodka ao Sarkozy antes de ele chegar ao local;
- dizer ao Gordon Brown que a cerimónia realiza-se 2 ou 3 dias antes de ela acontecer efectivamente (garantindo assim que o homem chega a tempo - não só de almoçar, mas também de participar como os outros camaradas);
- evitar que Durão Barroso fale em francês, inglês ou qualquer outra língua que não a portuguesa);
- dizer previamente a José Sócrates que o tempo de discurso reservado para ele é de 50 segundos;
- convidar o Kadhafi e os seus camelos para que os jornalistas tenham realmente algo mais estimulante com que se entreter.

NOTAS À MARGEM
Quem é o responsável pelo serviço de catering? Há 6 meses que o pessoal da imprensa anda a comer os mesmos mini-bolos e fritos de qualidade duvidosa. Assim, não há estômago que aguente.
E quem é o tipo que ficou encarregue dos brindes? Há 6 meses que andam a distribuir chapéus de chuva. Por que não variar e oferecer um gorro, um cachecol ou uma camisa com o logótipo da presidência portuguesa? Dava-me jeito. É que tenho um casamento daqui a umas semanas.
Os chefes de estado e de governo leram aquilo que assinaram? Devia haver um interrogatório para averiguar o grau de conhecimento dos tipos. Ou então um teste escrito e uma prova oral com perguntas eliminatórias. O que chumbasse ia fazer de Dulce Pontes na assinatura do próximo Tratado.

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