quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Ao vivo na Grand´ Place: Miguel Sousa Tavares

Não quero tornar ao tema óbvio (?!) deste blog - o sexo. Em vez de sermos nós a dizer, tem muito mais piada colocá-lo, ou ouvi-lo, na boca de outros - jornalistas, claro.
Hoje assisti a uma 'conferência' sobre o homem das letras, Miguel Sousa Tavares - onde o próprio esteve presente.
Apresentaram-no como "o escritor que fez os portugueses tornarem a ler". Não sei se é assim, e muito menos se isto se faz apenas com um romance, ainda que muito, muito bom.
A certo ponto, foi-lhe pedido que explicasse o percurso que o levou de jornalista a advogado, de advogado de novo a jornalista e, depois, de jornalista a escritor. Para ele, MST, o paralelismo entre jornalismo e prostituição também é óbvio! Gargalhada embaraçada da maioria dos senhores - das letras e do jornalismo muitos deles - de meia-idade presentes naquela sala austera.
Num francês meio-arranhado ele dizia qualquer coisa como o seguinte: "Deixei a advocacia não apenas porque eu queria o jornalismo. Acho que é uma prostituição. O jornalismo também é, mas dá muito mais prazer."
Dia 26. Sim, é o dia da Cimeira UE-Rússia, mas não é disso que quero falar! É o dia em que Miguel Sousa Tavares lança em Portugal o seu segundo Romance. A história começa nos anos 30, segundo revelou, e a ideia surgiu de uma conversa com um piloto (imaginem o senhor a tentar dizer isto em francês para uma plateia portuguesissima!) no cockpit de um boeing, a caminho do Brasil. É maior do que o Equador.
"Dêem-me uma história e eu escrevo o que quiserem. Dêem-me uma folha em branco e não saberia o que fazer com ela." O realismo dos factos, a investigação, a imagem da pena, os frescos que se pintam nos olhos de quem lê foi buscá-los, secondo me, ao jornalismo. Diz que sabe sempre como vai terminar a última página.
Eu, pelo menos, estou ansiosa.

Prozac

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