Tenho saudades dos e-mails do público, de falar com eles na rua, de (tentar) responder a pedidos de ajuda, de ver olhos esperançados, de ouvir agradecimentos sentidos. Por mim e por eles.
Porque escrever artigos é muito giro, mas, este, é um país onde quase ninguém lê jornais. Porque fazer análise política - e estar por dentro dos meandros - é muito aliciante, mas o público não se interessa por mais do mesmo. Não temos de dar aos leitores/ouvintes/telespectadores apenas aquilo que eles querem. Não! Chega de Big Brothers, Casas de Famosos e Quintas de Gente Louca! Também temos de dar ao público aquilo de que precisa. Mas, sobretudo, acho que temos de dar-lhes a estória que pode fazê-los pensar, o "choque" que vai abaná-los, a informação de que estavam à procura, a novidade que vai deixá-los bem-dispostos, o alento de que precisavam...
Raras vezes vejo aquele Jornalismo que me deixa orgulhosa por ter escolhido esta profissão. E todos os dias sinto falta de fazê-lo. Num mundo em que os patrões estão lá em cima e quase não interferem (ou, pelo menos, não damos por eles). Num mundo em que os critérios económicos não são tão importantes quanto o valor-notícia. Num mundo em que também há stress, injustiças, cunhas, ingratidão.... mas há recompensas. Saber que fazemos aquilo de que gostamos é óptimo. Mas, às vezes, não chega. É preciso que nos deixem trabalhar.
Valdispert
1 comentário:
Valdispert,
eu ainda acrescentaria o seguinte ... Que nos deixem trabalhar e que nos paguem mais qualquer coisinha...
Xanax
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