Trabalho com prazer? Tanto quanto possível.
Longe de mim querer generalizar uma realidade complexa como é este ofício de ser jornalista. Refiro-me, e o meu caro amigo sabe-lo bem, ao contexto actual em particular.
Jornalismo assim é ingrato. Não há melhor palavra. Não há pior jornalismo que sentirmos que não contribuímos, que não acrescentamos, que, tão pura e simplesmente, corremos - não com, mas - como a maré.
Na minha óptica, jornalismo é sempre puro e duro. Claro. Transparente. Honesto. Honesto até nas tendências.
Mas, claro, que é tudo uma questão de predisposição.
A mim é que não me apetece ter um capataz (ou capatazes) que não gasta nem dez minutos do dia a pensar naquilo que nos tolda as falhas e as incapacidades; que nos condiciona a caneta; que fecha a lente; que escolhe apenas ver pequeninos pontos de uma fotografia que, na essência, é composta por milhares de milhões de pontinhos de todas as cores.
No fundo, e, em suma, odeio mediocridades. E é a mediocridade que me retira o prazer no trabalho. Quando passo a levantar o rabinho da cama com a vontade de quem vai, por exemplo, ao dentista - e é mesmo só um exemplo, podia arranjar mais mil, como ir ao ginecologista.
É mesmo por amar o que se faz e daí retirar toneladas de prazer orgásmico que continuamos a preferir fazer os 'servicinhos', como aponta, e bem, a caríssima Valdispert, como forma de manter a esperança de que os bons momentos hão-de tornar.
Esclarecido, Xanax?!
Bem Haja!
Prozac
Sem comentários:
Enviar um comentário